sexta-feira, 5 de novembro de 2010

DIA 13 - A DORAÇÃO QUE AGRADA A DEUS

Ame o SENHOR, O seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. Marcos 12.30; NVI


Deus quer você por inteiro. Deus não quer apenas uma parte de sua vida. Ele pede todo o seu coração, toda a sua alma, toda a sua mente e toda a sua força. Deus não está interessado em um comprometimento tímido, em uma obediência parcial ou em sobras de seu tempo e dinheiro. Ele deseja sua total devoção, e não pequenos pedaços de sua vida.

Uma mulher samaritana certa vez tentou ponderar com Jesus sobre o melhor momento, lugar e forma de adorar. Jesus respondeu que essas questões externas não tinham importância. Onde você adora não é tão importante quanto por que você adora e o quanto de si mesmo você oferece a Deus quando adora. Existe a forma certa e a forma errada de adorar. A Bíblia diz: Sejamos agradecidos, e adoremos a Deus de um modo que o agrade (
Hebreus 12.28; NTLH). O tipo de adoração que agrada a Deus tem quatro características.


Deus se agrada quando nossa adoração é precisa. As pessoas freqüentemente dizem “Eu gosto de pensar em Deus como...”, e então contam sobre que tipo de Deus gostariam de adorar. Mas nós não podemos apenas criar nossa própria imagem de Deus, confortável e politicamente correta, e adorá-la. Isso é idolatria.

A adoração deve ser baseada na verdade das Escrituras, e não em nossas opiniões a respeito de Deus. Jesus disse à mulher samaritana: Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura (
João 4.23; NVI). “Adorar em verdade” significa adorar a Deus tal como ele é verdadeiramente revelado na Bíblia.

Deus se agrada quando nossa adoração é autêntica. Quando Jesus disse que você deveria “adorar em espírito”, ele não estava se referindo ao Espírito Santo, mas ao seu espírito. Feito à imagem de Deus, você é um espírito que habita em um corpo, e Deus concebeu esse espírito para que se comunicasse com ele. Adoração é seu espírito correspondendo ao Espírito de Deus.

Quando Jesus disse Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, ele queria dizer que a adoração deveria ser genuína e sincera. Não é apenas uma questão de utilizar as palavras corretas; você deve querer dizer o que diz. O louvor sem sentimentos não é em absoluto louvor! Não vale nada e é um insulto a Deus.
Quando adoramos, Deus olha para além de nossas palavras para ver a postura de nossos corações. A Bíblia diz: O homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração (1 Samuel 16.7b; NVI).
Visto que adoração envolve regozijar-se em Deus, ela mobiliza as emoções. Deus lhe deu emoções para que você pudesse adorá-lo com intensidade — mas essas emoções devem ser genuínas, não fingidas. Deus odeia a hipocrisia. Ele não quer exibicionismo, fingimento ou falsidade na adoração. Ele deseja o seu amor sincero e verdadeiro. Podemos adorar a Deus de modo imperfeito, mas não podemos adorá-lo sem sinceridade.

Logicamente, só a sinceridade não é suficiente, você pode estar sinceramente errado. É por isso que tanto o espírito como a verdade são necessários. A adoração deve ser precisa e autêntica. A adoração agradável a Deus é profundamente emocional e profundamente doutrinária; usamos tanto o coração quanto a cabeça.

Hoje em dia, muitas pessoas comparam estar comovido com uma música a ter sido tocado pelo Espírito Santo, mas não é a mesma coisa. A verdadeira adoração acontece quando seu espírito responde a Deus, e não a alguma melodia musical. Na verdade, algumas canções introspectivas e sentimentais impedem a adoração, pois retiram a evidência de Deus e a transferem para nossos sentimentos. Sua maior distração na adoração é você mesmo — seus interesses e preocupações com o que os outros pensam a seu respeito.

Os cristãos discordam amiúde sobre a forma mais apropriada ou genuína de louvar a Deus, mas essas discussões normalmente refletem apenas as diferenças de formação e personalidade. Muitas formas de louvor são mencionadas na Bíblia, entre elas, confessar, cantar, postar-se em honra, ajoelhar-se, dançar, fazer ruídos de alegria, testificar, tocar instrumentos musicais e erguer as mãos (Hebreus 13.15; Salmos 7.17; Esdras 3.11; Salmos 149.3; 150.3; Neemias 8.6).  O melhor estilo de adoração é aquele que mais genuinamente representa o seu amor por Deus, baseado na formação e na personalidade que ele lhe deu.

Meu amigo Gary Thomas reparou que muitos cristãos parecem estar emperrados em uma via de adoração, em uma rotina insatisfatória, em vez de terem uma empolgada amizade com Deus. Eles se obrigam a utilizar métodos devocionais ou estilos de adoração que não se adaptam à forma exclusiva que Deus lhes deu.

Gary refletiu consigo mesmo: Se Deus propositadamente nos fez a todos diferentes, por que deveríamos todos amar a Deus da mesma forma? Lendo obras cristãs clássicas e entrevistando crentes maduros, Gary descobriu que os cristãos têm utilizado caminhos variados há dois mil anos para desfrutar de intimidade com Deus. Esses caminhos passam por estar ao ar livre, estudar, cantar, ler, dançar, criar obras de arte, servir as outras pessoas, ser solidário, desfrutar da comunhão e participar em dezenas de outras atividades.

Em seu livro Sacred pathways [Caminhos sagrados], Gary identifica nove maneiras pelas quais as pessoas se aproximam de Deus: os naturalistas, que são mais motivados a amar a Deus ao ar livre, em ambientes naturais. Os sensitivos, que amam a Deus com os seus sentidos e apreciam belos cultos de adoração que envolvam o aspecto visual, paladar, aroma e toque, não apenas sua audição. Os tradicionalistas, que se aproximam de Deus por meio de rituais, liturgias, símbolos e estruturas rígidas. Os ascetas, que preferem amar a Deus em solidão e simplicidade. Os ativistas, que amam a Deus pelo confronto com o mal, combatendo a injustiça e trabalhando para tornar o mundo um lugar melhor. Os caridosos, que amam a Deus amando os outros e suprindo suas necessidades. Os entusiastas, que amam a Deus com festas. Os contemplativos, que amam a Deus por meio da adoração. E os intelectuais, que amam a Deus ao estudá-lo com a mente.

Não há uma abordagem “tamanho único” para adorar e desenvolver amizade com Deus. Uma coisa é certa: você não glorifica a Deus tentando ser alguém que ele nunca quis que você fosse. Deus quer que você seja você mesmo. Este é o tipo de pessoa que o Pai está buscando: os que são simples e honestos consigo mesmos perante ele em sua adoração.

Deus se agrada quando nossa adoração é atenta. A ordem de Jesus:  Amem a Deus de toda a sua mente é repetida quatro vezes no Novo Testamento. Deus não se agrada do cântico descuidado, preces mecânicas com frases feitas ou exclamações desatentas de “Louvado seja o Senhor”, porque não podemos pensar em nada melhor para dizer no momento. Se a adoração for mecânica, não significará nada. Você deve envolver a sua mente.

Jesus chamou as orações desatentas de vãs repetições (
Mateus 6.7; KJV). Até mesmo termos bíblicos podem se tornar expressões banalizadas pelo uso exagerado, e então deixamos de pensar no significado. É tão mais fácil utilizar chavões ao adorar, em vez de fazer um esforço para honrar a Deus com palavras originais. É por isso que eu o encorajo a ler diferentes traduções e paráfrases da Bíblia. Isso ampliará suas expressões de adoração.

Tente louvar a Deus sem utilizar as palavras “louvor”, “aleluia”, “obrigado” ou “amém”. Em vez de dizer: “Eu só quero louvá-lo”, faça uma lista de sinônimos e use palavras novas como “admirar”, “respeitar”, “valorizar”, “venerar”, “honrar” e “apreciar”.

Além disso, seja especifico. Se alguém o abordasse e repetisse dez vezes “Eu te louvo!”, você provavelmente pensaria: Por que motivo? Você iria preferir ouvir dois elogios específicos do que vinte generalidades imprecisas; e Deus também.


Outra idéia é fazer uma lista dos diferentes nomes de Deus e concentrar-se neles. Os nomes de Deus não são casuais; eles nos contam sobre diferentes aspectos de seu caráter. No Antigo Testamento, Deus se revelou paulatinamente a Israel ao ir apresentando novos nomes para si mesmo, e ele nos orienta a louvar o seu nome. Deus também quer que nossas reuniões com a congregação sejam cuidadosas. Paulo dedica a isso todo um capítulo em l Coríntios 14, e finaliza: Mas tudo deve ser feito com decência e ordem (1Coríntios 14.40; NVI).

A esse respeito, Deus insiste em que nossos cultos sejam compreensíveis aos não crentes quando eles estiverem presentes em nossas reuniões de adoração. Paulo observou: Se você estiver louvando a Deus em espírito, como poderá aquele que está entre os não instruídos dizer o Amém à sua ação de graças, visto que não sabe o que você está dizendo? Pode ser que você esteja dando graças muito bem, mas o outro não é edificado (
1Coríntios 14.16,17; CEV). Ser sensível ao tratar com não-crentes que visitam o culto é uma ordem bíblica. Desprezar essa ordem é tanto desobediência quanto crueldade. Para uma explicação completa a esse respeito, veja o capítulo 13 (“Adoração pode ser um testemunho”) do livro Uma igreja com propósitos.

Deus se agrada quando nossa adoração é prática. A Bíblia diz: “...se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês” (
Romanos 12.1; NVI). Por que Deus quer o seu corpo? Por que ele não diz: “Apresentai os vossos espíritos”? Porque sem o corpo você não pode fazer nada neste planeta. Na eternidade você irá receber um corpo novo, melhorado e aprimorado; mas enquanto você está aqui na terra, Deus diz: “Dê-me o que você tem!”. Ele está apenas sendo prático a respeito da adoração.

Você já ouviu pessoas dizerem: “Não poderei estar na reunião desta noite, mas estarei com você em espírito”. Você sabe o que isso significa? Nada. Isso é inútil! Enquanto você estiver na terra, seu espírito só poderá estar onde seu corpo estiver. Se seu corpo não está lá, você também não está.

Na adoração, devemos “oferecer nossos corpos como sacrifício vivo”. Agora, nós normalmente associamos o conceito de “sacrifício” com algo morto, mas Deus quer que você seja um sacrifício vivo. Ele quer que você viva por ele! Entretanto, o problema com o sacrifício vivo é que ele pode escapulir do altar, o que muitas vezes acontece. Nós cantamos Firmes, ó soldados, crentes em Jesus no domingo, e na segunda batemos em retirada.

No Antigo Testamento, Deus se agradou dos muitos sacrifícios de adoração, porque eles profetizavam o sacrifício de Jesus por nós na cruz. Hoje em dia, Deus se agrada de sacrifícios de adoração diferentes: ação de graças, louvor, humildade, arrependimento, oferta de dinheiro, oração, serviço aos outros e ajuda aos necessitados (
Salmos 50.14; NTLH; Hebreus 13.15; CEV; Salmos 51.17; 54.6; NVI; Fili¬penses 4.18; NVI; Salmos 141.2; GWT; Hebreus 13.16; Marcos 12.33; Msg, Romanos 12.1; NVI).

A verdadeira adoração implica um custo. Davi sabia disso quando disse: “Eu não vou oferecer ao SENHOR, meu Deus, sacrifícios que não me custaram nada” (
2 Samuel 24.24; NTLH).

Um dos custos que a adoração tem para nós é o egocentrismo. Você não pode louvar a Deus e a si mesmo ao mesmo tempo. Você não adora para ser visto pelos outros ou para agradar a si mesmo. Você deliberadamente retira a atenção de si mesmo.

Quando Jesus disse Ame a Deus com todas as suas forças, ele chamava a atenção para o fato de que adorar exige esforço e energia. Nem sempre é conveniente ou confortável, e algumas vezes a adoração é um mero ato de força de vontade — um sacrifício voluntário. Adoração passiva é um paradoxo.

Quando você louva a Deus, mesmo sem vontade, quando sai de sua cama para adorá-lo estando cansado ou quando você ajuda os outros estando esgotado, você está oferecendo um sacrifício de adoração a Deus. Isso agrada a Deus.

Matt Redman, líder de adoração na Inglaterra, conta como o seu pastor ensinou à igreja o verdadeiro significado da adoração. Para mostrar que adoração é mais do que música, ele proibiu todos os cânticos por um período de tempo, até que eles aprenderam a adorar de outras maneiras. Ao fim daquele período, Matt escreveu a clássica canção Heart of worship [Coração da adoração]:


Trarei a ti mais que uma canção,
porque a canção em si não é o que exigiste.
Sondas meu interior,
muito além das aparências.
Estás olhando dentro do meu coração.

O xis ou coração da questão é uma questão de coração.

Uma pergunta para meditar: O que agrada mais a Deus neste momento: minha adoração pública ou minha adoração particular? O que farei a respeito disso?

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